A hipótese evolucionista desconhece o que é o homem

Shri Chandrasekharendra Saraswati Mahaswamigal (1894 – 1994)

Aqueles que sustentam o argumento evolucionista de um progresso intelectual gostam de explicar as ideias religiosas e metafísicas por meio de fatores psicológicos inferiores, como o medo do desconhecido, a esperança infantil de uma felicidade perpétua, o apego a um conjunto de imagens que se tornou querido, a evasão nos sonhos, o desejo de oprimir o outro sem ter de pagar por isso et caetera; como não se vê que tais suspeitas, apresentadas sem vergonha como fatos demonstrados, comportam inconsequências e impossibilidades psicológicas que não escapam a nenhum observador imparcial? Se a humanidade foi tola durante milênios, não se explica como ela pôde deixar de sê-lo, tanto mais quanto isso teria se dado num tempo relativamente muito curto; e se explica menos ainda quando se observa com que inteligência e que heroísmo ela foi tola durante um tempo tão longo e com que miopia filosófica e que decadência moral ela se tornou por fim “lúcida” e “adulta”.

Schuon, Du Divin à l’humain, Le Courrier du Livre, 1981, p. 18


Ceux qui soutiennent l’argument évolutionniste d’un progrès intellectuel aiment à expliquer les idées religieuses et métaphysiques par des facteurs psychologiques inférieurs, tels que la peur de l’inconnu, l’espoir infantile d’un bonheur perpétuel, l’attachement à une imagerie devenue chère, l’évasion dans les rêves, le désir d’opprimer autrui à bon compte, et caetera ; comment ne voit-on pas que de tels soupçons, présentés sans vergogne comme des faits démontrés, comportent des inconséquences et impossibilités psychologiques qui n’échappent à aucun observateur impartial ? Si l’humanité a été stupide pendant des millénaires, on ne s’explique pas comment elle a pu cesser de l’être, d’autant que ce fut dans un laps de temps relativement très court ; et on se l’explique d’autant moins quand on observe avec quelle intelligence et quel héroïsme elle a été stupide pendant si longtemps et avec quelle myopie philosophique et quelle décadence morale elle est devenue enfin « lucide » et « adulte ».

Schuon, Du Divin à l’humain, Le Courrier du Livre, 1981, p. 18