“Minha mensagem está em meus livros”

Schuon em sua casa em Bloomington, IN (EUA).

No que diz respeito à irradiação de minha obra, quero pôr a ênfase em meus livros, não na Tarîqah; mais de uma vez eu tive a intenção de fechá-la — isto é, de não receber mais ninguém — porque eu duvidava da possibilidade de mantê-la intacta, e sobretudo de que ela crescesse, dada a inferioridade caracterial do homem médio e a ausência de uma ambiência que seja educativa; e cada vez mais vejo que a experiência corrobora esse sentimento. Seja como for, gostaria de repetir aqui — por causa de sua importância — o que escrevi no último outono a […] [nome da pessoa]; e é o seguinte: minha mensagem está em meus livros; ela não está na Tarîqah, ao menos não a priori; entendo com isso que meus livros constituem uma “prédica”, eles se dirigem ao público, enquanto a Tarîqah não é objeto de nenhuma propaganda.

Eu poderia dizer que a Tarîqah só é uma mensagem em função de meus livros e ao prolongar minha mensagem escrita; o que significa que os aspirantes à Tarîqah devem ser leitores de meus livros que os compreendam e estejam convencidos. Pode haver exceções — certamente as há, e cabe a mim julgá-las —, mas, então, trata-se de pessoas que, de todas as maneiras, aceitam tudo o que eu represente e manifesto […]. Se a Tarîqah se difunde no mundo, está bem, mas ela não deve se difundir a todo custo. Tanto mais quanto eu não estou de forma nenhuma interessado na expansão por si mesma.

Carta de 6 de janeiro de 1988, publicada em Letters of Frithjof Schuon – Reflections on the Perennial Philosophy, World Wisdom, 2022, p. 219. A tradução para esta nota foi feita diretamente do original francês.