
A mística cristã é “encarnação” e “crucifixão”: a santidade é como a encarnação do Verbo no corpo da Virgem, esta prefigurando a alma em estado de graça; é “Cristo que vive em mim”, como diz São Paulo; mas o ego é crucificado, ele expia as trevas do mundo, e por isso, ele “não deve resistir ao mau”; é a morte ao pecado — ao desejo idólatra — e o nascimento de Deus em nós. A crucifixão simboliza também a opressão do Intelecto pelas paixões: é Deus em nós que é o mártir de nossa decadência.
(Estações da Sabedoria, de Frithjof Schuon, capítulo “Natureza e Argumentos da Fé”.)
