
Desde que perdeu o Éden, o ser humano ficou para sempre numa busca; essa é a origem do desejo. Ele não busca nunca outra coisa a não ser o Éden, e nunca encontra outra coisa a não ser o reflexo quebrado deste, cujas possibilidades particulares de felicidade só podem ser realizadas à exclusão de incontáveis outras possibilidades de felicidade e, dado que são reflexos e não o verdadeiro Éden, levam ao vazio e à limitação. Fora do Éden só há uma felicidade, a vontade de superar em espírito a felicidade e realizar assim sua possibilidade suprema.
Schuon, Leitgedanken zur Urbesinnung (Pensamentos Diretivos para a Meditação Primordial), Verlag H.J.Maurer, Frankfurt am Main, 2010, p. 60. Traduzido para o português diretamente do original alemão.
Seitdem der Mensch Eden verlor, ist er immerfort auf der Suche; das ist der Ursprung der Begierde. Er sucht niemals anderes als Eden und findet niemals anderes als dessen gebrochenen Widerschein, dessen jeweilige Freudemöglichkeiten sich nur unter Ausschluss zahlloser anderer Freudemöglichkeiten verwirklichen können und, da sie nur Widerscheine und nicht das wahre Eden sind, zu Leerheit und Begrenzung führen. Außerhalb Edens gibt es nur ein Glück, den Willen, das Glück im Geist zu überwinden und also seine letzte Möglichkeit zu erfüllen.
Schuon, Leitgedanken zur Urbesinnung, Verlag H.J.Maurer, Frankfurt am Main, 2010, p. 60.