Alguns erros encontrados num livro de Schuon em português

Abaixo relacionamos alguns equívocos da tradução de O Esoterismo como Princípio e como Caminho, publicado pela Editora Pensamento.

O primeiro texto é o da edição brasileira, errado ou impreciso. O segundo, como deveria ter sido traduzido.

Página 11

a) Os kantianos nos pedirão a prova da existência dessa forma de conhecimento; mas há aqui um primeiro erro, ou seja, não passa de um conhecimento que podemos provar de facto.

a) Os kantianos nos pedirão para provar a existência dessa maneira de conhecer; ora, há aí um primeiro erro, a saber, crer que só é conhecimento aquilo que podemos provar de facto.

b) A fé equivale a um conhecimento objetivado pelo coração.

b) A fé equivale a um conhecimento cardíaco objetivado.

c) Se existe um conhecimento intrinsecamente direto mas extrinsecamente objetivado quanto à sua comunicação, deve haver nele [?], correlativamente, um conhecimento indireto em si, contudo subjetivo quanto ao seu processo.

c) Se existe um conhecimento intrinsecamente direto, mas extrinsecamente objetivado quanto à sua comunicação, deve existir, correlativamente, um conhecimento em si indireto, mas não obstante subjetivo quanto ao seu processo.

Página 12

d) É verdade que só a experiência, e na ausência da Intelecção, pode dar margem a conclusões totalmente opostas.

d) É verdade que a experiência por si só, e na ausência da Intelecção, pode dar margem a conclusões totalmente opostas.

Página 13

e) Temos aí pelo menos a posição de princípio e a razão de ser do esoterismo; é realmente necessário que ele seja de fato sempre conseqüente consigo mesmo, visto que as soluções intermediárias são humanamente inevitáveis.

e) Temos aí pelo menos a posição de princípio e a razão de ser do esoterismo; mas falta muito para que ele seja sempre, de fato, conseqüente com si mesmo, tanto mais quanto soluções intermediárias são humanamente inevitáveis.

Página 20

f) Afirmar que Cristo teria caminhado sobre as águas, ou se elevado no ar, seria seguramente contrário à razão.

f) Afirmar que o Cristo teria caminhado sobre as águas sem caminhar sobre as águas, ou elevando-se no ar, seria seguramente contrário à razão.

Página 28

g) Segundo um princípio já assinalado por nós, no Cristianismo o esoterismo absoluto só pode relacionar-se com a própria mensagem cristã.

g) Segundo um princípio já assinalado por nós, o esoterismo absoluto, no Cristianismo, não pode proceder senão da própria mensagem crística.

Página 33

h) Como se o verdadeiro quietismo e a sexualidade espiritualizada comportassem aspectos, senão de penitência, pelo menos de exigência e de gravidade.

h) Como se o verdadeiro quietismo e a sexualidade espiritualizada não comportassem aspectos, senão de penitência, ao menos de exigência e de gravidade.

Página 41

i) Pois o bem, tendo por definição uma tendência para se comunicar, o “Soberano Bem” não pode de forma alguma resplandecer para ele mesmo e em sua Essência e, em seguida – e conseqüentemente –, a partir dele mesmo e fora dele.

i) Pois, o bem tendo por definição tendência a se comunicar, o “Supremo Bem” não tem como não irradiar para si mesmo e em sua Essência, e em seguida – e por via de conseqüência – a partir de si mesmo e fora de si.

Página 59

j) No triângulo reto…

j) No triângulo com a base embaixo e a ponta para cima…

Página 69

k) Coincidência que favorece a perspectiva islâmica e o exemplo do Profeta.

k) Coincidência que a perspectiva islâmica e o exemplo do Profeta favorecem.

Página 73

l) Além disso, dizer que, decidindo o que é o bem e o mal, o homem se põe no lugar de Deus é insinuar que o bem e o mal resultam de uma decisão divina, isto é, de um veredicto cujas causas não [?] podemos ignorar.

l) Além disso, dizer que, ao decidir o que é o bem e o mal, o homem se põe no lugar de Deus é insinuar que o bem e o mal resultam de uma decisão divina, isto é, de um veredito cujas causas podemos ignorar.

Página 88

m) A compreensão, que é intelectiva; a concentração, que é volitiva; e a confirmação, que é afetiva.

m) A compreensão, que é intelectiva; a concentração, que é volitiva; e a conformação, que é afetiva.

Página 90

n) Na fé, a resignação combina-se com o fervor; na virtude, a paciência combina-se com o fervor; na virtude, a paciência combina-se com a generosidade.

n) Na fé, a resignação combina-se com o fervor; na virtude, a paciência combina-se com a generosidade.

Página 94

o) A volição, função da verdade…

o) A volição, função da vontade…

Página 95

p) Confere ipso facto liberdade a essa forma de inteligência, a verdade…

p) Confere ipso facto liberdade a essa forma de inteligência, a vontade…

Página 112

q) Aliás, com um matiz cínico…

q) Aliás, com uma nuance democrática…

r)  Eles não se dominam, nem com muito mais razão procuram se sublimar.

r) Eles não se dominam, nem, com mais razão, procuram se superar.

Página 114

s) É importante estabelecer a distinção entre a sinceridade que simplesmente engloba e envolve o homem todo (…) e uma sinceridade fragmentária…

s) É importante distinguir entre a sinceridade enquanto tal, que engloba e engaja o homem todo (…) e uma sinceridade fragmentária…

Página 115

t) O homem espiritual é o que se sublima e gosta de sublimar-se.

t) O homem espiritual é o que se supera e gosta de superar-se.

u) O homem mundano permanece horizontal e detesta a dimensão vertical. E isso é importante: ele [?] não pode submeter-se a um ideal constrangedor – nem procurar sublimar-se com vistas a Deus – sem ter na alma o que os psicanalistas chamam “complexos”.

u) O homem mundano permanece horizontal e detesta a dimensão vertical. E isto é importante: não se pode submeter-se a um ideal que impõe limites – nem procurar superar-se com vistas a Deus – sem ter na alma o que os psicanalistas chamam “complexos”.

v)  Ser contrário ao que eles prezam.

v) Ser contrário ao que eles pregam.

Página 116

x) Ser sincero não é ser corrupto perante os homens…

x) Ser sincero não é ser vicioso perante os homens…

z)  Os imperativos de determinada subjetividade mística só poderiam impedir a atitude normal, a de praticar as virtudes com equilíbrio e dignidade.

z) Os imperativos de determinada subjetividade mística não poderiam impedir que a atitude normal seja a de praticar as virtudes com equilíbrio e dignidade.

Página  141

a1) O domínio esotérico assemelha-se à profecia.

a1) A superioridade esotérica assemelha-se à profecia. (A frase está numa comparação.)

Página  191

b1) Liturgia

b1) Teurgia

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