O microcosmo humano é como um círculo cujo centro se situa na circunferência de um círculo maior, a saber, o macrocosmo sensível; e o centro desse segundo círculo se situa por sua vez numa circunferência ainda maior, a qual representa o Macrocosmo total.
Um cosmo ou um ciclo é essencialmente algo que vem a ser e que cessa de ser; para o homem, há três cosmos ou ciclos a considerar, a saber, em primeiro a alma, depois o mundo que é desta o meio de manifestação, e por fim o Universo, de que este mundo não é senão um fragmento ínfimo.
A diferença entre o “juízo” particular e o “Juízo Final”, ou entre a morte e o fim do mundo, consiste em que , quando da morte, só a alma — e não o corpo, que pertence a nosso mundo — é reabsorvida em direção ao Princípio a fim de ser “julgada”, enquanto que, quando do fim deste mundo, é ele, mundo, que é reabsorvido; mas se produz ainda uma terceira e última reabsorção, a qual marca o fim de toda manifestação: para os “eleitos”, ela é não um “fim”, mas uma “exaltação” na “Luz incriada” *
*Nota: “É, em termos hindus, o mahâpralaya, o grande retorno à indiferenciação — o pralaya sendo esse retorno para nosso mundo, somente — e é sem dúvida também a apocatástase dos Antigos e de certos gnósticos.”
Frithjof Schuon, Images de l’Esprit – Shinto, Bouddhisme, Yoga, Le Courrier du Livre, Paris, 1982, pág. 88.