Ser homem é “construir uma ponte”

Pintura japonesa, período Momoyama.

O homem é por definição pontifex, “construtor de pontes” ou “de uma ponte”. Pois o homem possui essencialmente duas dimensões, uma exterior e outra interior; ele tem direito, portanto, a ambas, sem o que ele não seria homem, precisamente; falar de um homem sem ambiência é tão contraditório quanto falar de um homem sem núcleo.

Por um lado, vivemos entre os fenômenos que nos rodeiam e de que fazemos parte e, por outro lado, nossos corações estão enraizados em Deus; devemos, por consequência, realizar um equilíbrio o mais perfeito possível entre nossa vida no mundo e nossa vida dirigida ao Divino.

Esta segunda vida, evidentemente, determina a primeira e lhe dá todo o seu sentido; os direitos da exterioridade são função das medidas ligadas ao interior e que este nos impõe.


Schuon, La conscience de l’Absolu, éd. Hozhoni, 2016, p. 79.