
Dizer que o homem é “feito à imagem de Deus” significa que ele representa uma subjetividade central, não periférica, e por consequência um sujeito que, emanando diretamente do Intelecto divino, participa em princípio da potência deste; o homem pode conhecer tudo o que é real, portanto cognoscível, sem o que ele não seria esta divindade terrestre que ele é de fato.
Schuon, A Unidade Transcendente das Religiões, IRGET, São Paulo, 2011.
Faz parte da natureza teomorfa do homem o não poder ser, enquanto homem e na intenção criadora, algo de fragmentário ou de inacabado — o que já corta pela raiz as absurdidades do evolucionismo transformista —, portanto o dever ser qualquer coisa que é tudo, e que não seria nada se não fosse tudo; é neste sentido que se pôde dizer que a vocação fundamental do homem é “tornar-se o que ele é”.
Schuon, Approches du phénomène religieux, Le Courrier du Livre, 1984, pp. 21-22.