Um ser humano conhece somente o seu conhecer individual; o conhecer em si, contudo, ele não conhece; pois este é a Realidade. Se não tivéssemos principialmente no Coração o mundo todo, que conhecemos, como poderíamos, de qualquer forma, conhecê-lo?
O grão de mostarda é pequeno perto da árvore que ele gera, e, contudo, quando temos a semente, temos toda a árvore, e poderíamos destruir esta naquela. Da mesma forma, somos a semente da árvore do mundo, que devemos dissolver, para superar nosso nível de conhecimento e sua correspondente realidade, o mundo das aparências.
Nosso conhecimento é nosso contato com a realidade através de nossos limites; assim como um cego só conhece o sol quando sente seu calor, e contudo não sabe nada de sua luz e de sua forma.
O ar é um símbolo da Verdade: nós o aspiramos, tornamo-lo nosso, expiramos; a relação é inversa em termos espirituais: a Verdade vem do Infinito para o nosso Coração, para as narinas, que aspiram o ar da Realidade, e de lá para o cérebro e para os pulmões, que transformam e assimilam o ar da Realidade, e é expirada de volta ao Infinito pelo Coração. No domínio terreno, o que dá a vida vem de fora, mas, no domínio espiritual, de dentro.
Schuon, Leitgedanken zur Urbesinnung (Pensamentos Diretivos para a Meditação Primordial), Verlag H.J.Maurer, Frankfurt am Main, 2010, pp. 75-76. Traduzido para o português diretamente do original alemão.
Der Mensch kennt nur sein eigenes Erkennen; seine Erkenntnis als solche aber erkennt er nicht; denn diese ist die Wirklichkeit. Hätten wir nicht die ganze Welt, die wir erkennen, ursätzlich im Herzen, wie könnten wir sie überhaupt erkennen?
Das Senfkorn ist klein neben dem Gewächs, das es erzeugt, und dennoch haben wir das ganze Gewächs, wenn wir das Senfkorn halten, und können jenes in diesem vernichten. So sind wir gleicherweise Kern des Weltgewächses, das wir auflösen sollen, um unsere Erkenntnisstufe und die ihr entsprechende Wirklichkeit, die Erscheinungswelt, zu überwinden.
Unsere Erkenntnis ist unsere Berührung mit der Wirklichkeit durch unsere Grenzen hindurch; wie der Blinde die Sonne nur kennt, wenn er ihre Wärme verspürt, und doch nichts von ihrem Licht und ihrer Form weiß.
Die Luft ist ein Sinnbild der Wahrheit: Sie wird eingeatmet, angeeignet, ausgeatmet; umgekehrt ist das Verhältnis im geistigen Sinne: Die Wahrheit kommt aus dem Unendlichen ins Herz, in die Nüstern, welche der Wirklichkeit Luft einsaugen, und von da ins Gehirn, in die Lunge, welche der Wirklichkeit Luft verwandelt und verdaut, und wird durchs Herz ins Unendlich zurückgeatmet. Im irdischen Bereich kommt das Belebende von außen her, im geistigen von innen.
Schuon, Leitgedanken zur Urbesinnung, Verlag H.J.Maurer, Frankfurt am Main, 2010, pp. 75-76.