Um trecho do livro Pérolas do Peregrino, de Frithjof Schuon, feito com excertos de seus outros livros.
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“Para ser feliz, o homem deve ter um centro; ora, esse centro é antes de tudo a certeza do Um. A maior calamidade é a perda do centro e o abandono da alma aos caprichos da periferia. Ser homem, é estar no centro; é ser centro.”
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“A alma deve se afastar da dispersão do mundo; é a qualidade de interioridade. Depois, a vontade deve vencer a passividade da vida; é a qualidade de actualidade. Por fim, o espírito deve transcender a inconsciência do ego; é a qualidade de simplicidade. Perceber intelectualmente a substância, além do ruído dos acidentes, é realizar a simplicidade. Ser um é ser simples; pois a simplicidade está para o Um assim como a interioridade está para o centro e como a actualidade está para o presente.”
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“Em vez de amar o mundo, é preciso ter um amor intenso pelo interior, que está além das coisas, além do múltiplo, além da existência. Do mesmo modo, é preciso ter um amor intenso pelo puro Ser, que está além da ação e além do pensamento.”
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“Amar a Deus não é cultivar um sentimento – isto é, algo com que nos deleitamos sem saber se Deus com ele também se deleita – , mas é eliminar da alma aquilo que impede Deus de nela entrar.”
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“O amor a Deus é, em primeiro lugar, a afeição da inteligência pela Verdade, depois, a afeição da vontade pelo Bem e, por fim, a afeição da alma pela Paz que é dada pela Verdade e pelo Bem.”
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Conhecer Deus é amá-lo, e não o amar é não o conhecer.
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Não somos nós que conhecemos Deus, é Deus que se conhece em nós.