
Monte Fuji: centro para xintoístas e budistas
“Toda a existência dos povos antigos, e dos povos tradicionais em geral, está dominada por duas ideias-chave, as de Centro e de Origem.
“Neste mundo espacial em que vivemos, todo valor se refere de alguma forma a um Centro sagrado que é o lugar em que o Céu tocou a terra; em todo mundo humano, há um lugar em que Deus se manifestou para aí difundir suas graças.
“E o mesmo vale para a Origem, que é o momento quase intemporal em que o Céu estava próximo e as coisas terrestres ainda eram meio-celestes; mas é também, para as civilizações que tiveram um fundador histórico, o período em que Deus falou, renovando assim, para determinado ramo da humanidade, a aliança primordial.
“Ser conforme à tradição é permanecer fiel à Origem, e é por isso mesmo situar-se no Centro; é permanecer na Pureza primeira e na Normal universal. Tudo no comportamento dos povos antigos e tradicionais se explica, direta ou indiretamente, por essas duas ideias, as quais são como pontos de referência no mundo imensurável e perigoso das formas e da mudança.”
Frithjof Schuon, Regards sur les Mondes Anciens, Éditions Traditionnelles, Paris, 1980, p. 9. Existe tradução brasileira: O Homem no Universo, Perspectiva, São Paulo, 2001.